Na
"Fratelli tutti", o Pontífice discorre sobre os desafios que a
fraternidade nos coloca atualmente. Na relação entre irmãos e irmãs, há um
elemento intrínseco: a gratuidade.
Vatican News
Todos podemos dar sem esperar recompensa, fazer o
bem sem pretender outro tanto da pessoa que ajudamos. É aquilo que Jesus dizia
aos seus discípulos: «Recebestes de graça, dai de graça» (Mt 10,
8). #FratelliTutti
Esta é a mensagem do Papa Francisco proposta na sua
conta oficial no Twitter. Extraída da encíclica “Fratelli tutti”, o trecho
escolhido faz parte do capítulo IV, intitulado “Um coração aberto ao mundo”.
O Pontífice discorre sobre os desafios que a
fraternidade nos coloca atualmente. Na relação entre irmãos e irmãs, há um
elemento intrínseco: a gratuidade.
“Existe a gratuitidade: é a capacidade de fazer
algumas coisas, pelo simples fato de serem boas, sem olhar a êxitos nem esperar
receber imediatamente algo em troca. Isto permite acolher o estrangeiro, mesmo
que não traga de imediato benefícios palpáveis. Mas há países que pretendem
receber apenas cientistas ou investidores.
Quem não vive a gratuitidade fraterna, transforma a
sua existência num comércio cheio de ansiedade: está sempre a medir aquilo que
dá e o que recebe em troca. Em contrapartida, Deus dá de graça, chegando ao
ponto de ajudar mesmo os que não são fiéis e «fazer com que o Sol se levante
sobre os bons e os maus» (Mt 5, 45). Por isso, Jesus recomenda:
«Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita,
a fim de que a tua esmola permaneça em segredo» (Mt 6, 3-4).
Recebemos a vida de graça; não pagamos por ela. De igual modo, todos podemos
dar sem esperar recompensa, fazer o bem sem pretender outro tanto da pessoa que
ajudamos. É aquilo que Jesus dizia aos seus discípulos: «Recebestes de graça,
dai de graça» (Mt 10, 8).
A verdadeira qualidade dos diferentes países do
mundo mede-se por esta capacidade de pensar não só como país, mas também como
família humana; e isto comprova-se sobretudo nos períodos críticos. Os
nacionalismos fechados manifestam, em última análise, esta incapacidade de
gratuitidade, a errada persuasão de que podem desenvolver-se à margem da ruína
dos outros e que, fechando-se aos demais, estarão mais protegidos. O migrante é
visto como um usurpador, que nada oferece. Assim, chega-se a pensar
ingenuamente que os pobres são perigosos ou inúteis; e os poderosos, generosos
benfeitores. Só poderá ter futuro uma cultura sociopolítica que inclua o
acolhimento gratuito.”
Para
ler a “Fratelli tutti” em português, clique aqui.
Fonte: Vatican News
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