No
início desta semana chegaram dois importantes presentes do Papa para o Hospital
de Quito. Dois respiradores para contrastar a Covid-19. O núncio de Quito, Dom
Andres Carrascosa Coso fala sobre a situação do país
Giada Aquilino – Vatican News
Um gesto que tenta abrir os olhos de
todos, para sermos mais atentos às necessidades do próximo, "à mão que
pede". São palavras do Núncio Apostólico em Quito, Dom Andrés Carrascosa
Coso, ao comentar a decisão do Papa de doar dois respiradores ao Equador para
combater a pandemia do coronavírus. Atualmente no país registram-se mais de
53.000 casos com 4.300 mortes.
Entrevista com o Arc ebispo
Dom Andrés Carrascosa Coso:
Dom Carrascosa: Os dois respiradores
chegaram na segunda-feira (22) à noite. Já havia falado com o Ministro da Saúde
Pública, Juan Carlos Zevallos, para saber onde estes maquinários seriam mais
necessários: ele explicou que no momento a situação pior é em Quito,
indicando-me o hospital "Eugenio Espejo", localizado no centro da
cidade que é um ponto de referência para toda a população. A cerimônia de
entrega com a presença do Ministro da Saúde e da diretoria do hospital, foi
muito tocante. Obviamente é uma gota no mar, mas os dois respiradores foram
recebidos com muita alegria porque foi entendido o gesto paterno e de atenção
por parte do Papa para com este país que está passando por uma situação muito
delicada.
Que significado
assume o presente do Papa ao Equador em um momento tão difícil para a
emergência do coronavírus?
Dom Carrascosa: Para o Equador, é um
bálsamo, um gesto de afeto. O Papa me disse pessoalmente que é um país que ama,
um pouco também por causa de sua história, quando
foi provincial dos
Jesuítas organizou um intercâmbio de estudantes do Equador durante o processo
de formação. Desde então, ele tem acompanhado muito este país e sua Igreja. Mas
também podemos ler os gestos do Papa de outra forma mais universal: estes
gestos que o Papa está fazendo em muitas situações tentam abrir nossos olhos
para para estarmos mais atentos às necessidades dos que nos são próximos, à mão
que nos pede.
Qual é a situação no
Equador do ponto de vista da pandemia, pensando também no resto da América do
Sul?
Dom Carrascosa: Em termos absolutos a
situação mudou, O Equador começou com grandes números, mais altos que de seus
países vizinhos. Há muitos países que ultrapassaram o Equador no número de
casos, como o Brasil, que se fala muito, mas também no Peru a situação é dramática
assim como na Colômbia. Mas no Equador as diferenças são enormes. Em Guayaquil
não há vítimas do coronavírus há mais de 30 dias. Surpreende especialmente
quando se pensa o que a cidade passou, parece um milagre. Em Quito a emergência
chegou mais tarde: agora há um pico, mas o ministro me disse que o número de
mortos não é tão alto quanto era em Guayaquil.
As igrejas
estão abertas para os fiéis?
Dom Carrascosa: No Equador, foi feito
um protocolo para a reabertura gradual em três fases. A fim de reiniciar a
economia do país, o governo central decidiu que a decisão será tomada por cada
prefeito, de acordo com as condições de seu município. Foi criada uma espécie
de semáforo: vermelho, a igreja pode ser aberta, mas as pessoas podem ficar lá
no máximo 15 minutos para orar ou confessar; amarelo, podem ser feitas pequenas
celebrações da Palavra, com a distribuição da Comunhão; com a luz verde é
possível celebrar Missas. Atualmente quase todo país está na faixa amarela,
alguns ainda vermelho e outros em verde.
Qual é a preocupação
da Igreja sobre o país agora, também de acordo com as recomendações do Papa
Francisco?
Dom Carrascosa: É de grande atenção à
pessoa, à realidade de cada situação individual, de cada paróquia, examinando
cada caso com os padres que estão no campo e com os leigos, que estão tendo uma
enorme importância: estou pensando nos leigos, nos voluntários que ajudam, por
exemplo, a abrir as igrejas, a oferecer todos os equipamentos e kits de
segurança contra o coronavírus.
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