REDAÇÃO
CENTRAL, 15 Out. 17 / 05:00 am (ACI).- “Nada te perturbe,
nada te espante, tudo passa! Só Deus não muda. A paciência, por fim, tudo
alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta, pois só Deus basta”. Esta é
provavelmente a frase mais conhecida no mundo de Santa Teresa D’Ávila
(1515-1582), celebrada neste dia 15 de outubro pela Igreja Católica.
Teresa de
Cepeda y Ahumada nasceu no dia 28 de março de 1515, em uma nobre família de
Ávila, na Espanha, filha de Alonso Sánchez de Cepeda e Beatriz de Ahumada.
Aos 20
anos, decidiu-se pela vida religiosa, apesar da resistência de
seu pai. Em sua biografia, diz que ela saiu de sua casa em uma manhã para
entrar no mosteiro carmelita da Encarnação. Lá, viveu por 27 anos, com uma
grande comunidade religiosa composta por cerca de 180 freiras, suportando e
superando uma grave doença, que marcou sua vida. Por volta dos 40 anos, Teresa sentiu o chamado que ficou conhecido como
“experiência mística”, o que mudou o curso de sua vida. Aos 47 anos, começou
uma terceira fase, empreendendo sua tarefa de fundadora andarilha.
As
carmelitas, como a maioria das religiosas, tinham decaído muito do primeiro
ardor no começo do século XVI. As religiosas podiam sair da clausura com o
menor pretexto, de modo que o convento se converteu no lugar ideal para quem
desejava uma vida fácil e sem problemas. As comunidades eram extremamente
numerosas, o que era causa e efeito do relaxamento. Por exemplo, no convento de
Ávila havia 140 religiosas.
Santa
Teresa empreendeu o desafio de levar a cabo a iluminada ideia de fundar uma
comunidade mais reduzida e reformada. A santa estabeleceu a mais estrita
clausura e o silêncio quase perpétuo. O convento carecia de rendas e reinava nele
a maior pobreza; as religiosas vestiam hábitos rudimentares, usavam sandálias
em vez de sapatos (por isso foram chamadas descalças) e eram obrigadas à
perpétua abstinência de carne.
Santa
Teresa não admitiu no princípio mais do que 13 religiosas, mas logo aceitou que
houvesse 21. Em 1567, o superior geral dos carmelitas, João Batista Loiro
(Rossi), visitou o convento de Ávila e ficou muito satisfeito com o trabalho
realizado ali pela santa. Assim, concedeu a esta plenos poderes para fundar
outros conventos do mesmo tipo e até autorizou a fundar dois conventos de
frades reformados (carmelitas contemplativos).
Caracterizada
por sua simplicidade, prudência, amabilidade e caridade, Santa Teresa tinha uma
profunda vida de oração e, em obediência a seu confessor, porque ela não era
uma pessoa culta e se expressava com um castelhano singelo, escreveu suas
visões e experiências espirituais. Essas obras são agora um grande presente
para a Igreja.
Os escritos
de Santa Teresa sublinham, sobretudo, o espírito de oração, a maneira de
praticá-lo e os frutos que produz. Como a santa escreveu precisamente na época
em que estava dedicada à difícil tarefa de fundar conventos de carmelitas
reformadas, suas obras, prescindindo de seu conteúdo e natureza, dão testemunho
de seu vigor, laboriosidade e capacidade de recolhimento.
Escreveu o
“Caminho de Perfeição” para dirigir a suas religiosas e o livro das “Fundações”
para animá-las e edificá-las. Quanto ao “Castelo Interior”, pode-se considerar
que escreveu para a instrução de todos os cristãos.
Santa
Teresa morreu nos braços da Beata Ana, em Alba de Tormes no dia 4 de outubro de
1582, pronunciando as palavras: “Sou filha da Igreja”. Sua canonização se
realizou em 1622. Foi proclamada Doutora da Igreja em 27 de setembro de 1970 pelo
Papa Paulo VI.
Fonte: ACI Digital
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