segunda-feira, 27 de julho de 2015

A BIBLIOTECA APOSTÓLICA VATICANA EM MACAU - O MUNDO VISTO A PARTIR DA CHINA



Será inaugurada a 29 de Julho em Macau uma exposição na qual serão expostas também reproduções de mapas provenientes da Biblioteca Apostólica Vaticana. A iniciativa insere-se no âmbito de «The 2nd International Symposium: Global Mapping of Macau», que terá lugar a 29 e 30 de Julho.

A primeira notícia sobre a existência de material chinês na Biblioteca Apostólica Vaticana remonta a 1576-1577, quando Nicolas Audebert, viajante e humanista francês de Orléans, copiou alguns documentos que lhe foram mostrados no Vaticano, entre os quais um Alphabetum idiomatis de China, como consta no seu diário de viagem, hoje na British Library. Assim escreve o arcebispo arquivista e bibliotecário da Santa Igreja Romana, Jean-Louis Brugues, no prefácio do catálogo da exposição acrescentando que no seu relatório, Audebert afirma que a Biblioteca Apostólica Vaticana conservava também muitos outros livros chineses. Depois de alguns anos, em 1581, ainda antes da chegada de Mateus Ricci a Macau e do início da sua missão nos territórios do império chinês, Michel de Montaigne, que já na época era um famoso escritor, filósofo e político francês, visitou a Biblioteca Apostólica Vaticana, onde, na qualidade de visitante ilustre, lhe foram mostrados muitos documentos importantes de vários géneros. Como ele mesmo escreveu no seu Journal de voyage, enquanto esteve na biblioteca, teve a possibilidade de estudar um livro com «caracteres estranhíssimos», proveniente da China, e escreveu «a respeito de um papel absorvente estranho e macio» que era usado naqueles lugares remotos. Desde então, muitos outros documentos chineses chegaram à Biblioteca Apostólica Vaticana ao longo dos séculos.

Fonte: L’Osservatore Romano

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