Dom Orlando Brandes*
Será beatificada em Tubarão - SC, neste dia 20 de outubro, Albertina Berckenbrock, a jovem que morreu esfaqueada para defender sua fé, sua castidade, sua inocência. Esta beatificação fala alto e veio em boa hora. Quando o Papa Bento XVI pediu aos jovens, no Pacaembu, que valorizassem e vivessem a castidade, todo o estádio prorrompeu numa calorosa e longa salva de palmas. Já o sociólogo italiano Sergio Cotta afirmara que todas as revoluções sociais querem implantar a inocência no lugar da corrupção.
Desde a tragédia de Adão e Eva, no Paraíso, estamos em busca da inocência, da coerência, da transparência. O novo Adão, Jesus Cristo, recupera o plano original do Pai e Nele temos a nova criação desde o nosso batismo. Somos também puros, santos, imaculados no seguimento de Jesus. “Os puros de coração verão a Deus”. (Mt 5, 8)
A castidade é uma possibilidade embutida na própria sexualidade humana. Ninguém morre por ser casto ou virgem. Não morremos por falta de sexo, morremos por falta de afeto. Muitas pessoas guardam a castidade e são sadias, alegres, centradas. Sempre podemos readquirir a castidade através do Sacramento da Confissão. Pela castidade humanizamos nossos instintos, ordenamos os afetos desordenados, nos libertamos da escravidão das paixões e das pulsões. Castidade tem muito a ver com liberdade, maturidade, humanização de si.
Pio XII, falando de Santa Maria Goretti, também jovem virgem e mártir, afirma: “Nossa luta pela vivência da castidade também é um martírio cotidiano”. Nestes tempos de liberação do aborto, da pílula do dia seguinte, da permissividade sexual, pedofilia, turismo sexual e tráfico de adolescentes, a beatificação de uma jovem de 12 anos, virgem e mártir, é um sinal dos tempos.
Na educação para o amor, não basta distribuir preservativos, nem ensinar fisiologia e anatomia sexual. Precisamos de valores, de famílias bem constituídas, de fé e oração, de respeito pela dignidade humana, de limites e sublimação do erotismo. Ser casto não é ser ingênuo, recalcado, bobo, infantil. Castidade é sabedoria, ética, maturidade, amor maior, grandeza interior. O mundo não evoluiu depois da revolução sexual, pelo contrário, o que aumentou foi a Aids, o alcoolismo, o consumo de drogas, a decadência familiar, a exploração de crianças.
Todos sabemos que a castidade é uma característica do Novo Testamento, uma novidade trazida por Jesus de Nazaré em contraposição ao mundo pagão. As civilizações decaem por muitos motivos, um entre eles, é a decadência familiar e sexual. Hoje existe a obrigatoriedade do orgasmo. Eis um novo tabu, uma nova repressão. Como é difícil o verdadeiro humanismo sexual. Não devemos ser nem anjos, nem bestas, mas pessoas em busca da humanização do sexo no amor, eis o que a beatificação de Albertina Berckenbrock assinala.
*Dom Orlando Brandes é arcebispo de Londrina (PR)
Artigo publicado na Folha de Londrina.
Será beatificada em Tubarão - SC, neste dia 20 de outubro, Albertina Berckenbrock, a jovem que morreu esfaqueada para defender sua fé, sua castidade, sua inocência. Esta beatificação fala alto e veio em boa hora. Quando o Papa Bento XVI pediu aos jovens, no Pacaembu, que valorizassem e vivessem a castidade, todo o estádio prorrompeu numa calorosa e longa salva de palmas. Já o sociólogo italiano Sergio Cotta afirmara que todas as revoluções sociais querem implantar a inocência no lugar da corrupção.
Desde a tragédia de Adão e Eva, no Paraíso, estamos em busca da inocência, da coerência, da transparência. O novo Adão, Jesus Cristo, recupera o plano original do Pai e Nele temos a nova criação desde o nosso batismo. Somos também puros, santos, imaculados no seguimento de Jesus. “Os puros de coração verão a Deus”. (Mt 5, 8)
A castidade é uma possibilidade embutida na própria sexualidade humana. Ninguém morre por ser casto ou virgem. Não morremos por falta de sexo, morremos por falta de afeto. Muitas pessoas guardam a castidade e são sadias, alegres, centradas. Sempre podemos readquirir a castidade através do Sacramento da Confissão. Pela castidade humanizamos nossos instintos, ordenamos os afetos desordenados, nos libertamos da escravidão das paixões e das pulsões. Castidade tem muito a ver com liberdade, maturidade, humanização de si.
Pio XII, falando de Santa Maria Goretti, também jovem virgem e mártir, afirma: “Nossa luta pela vivência da castidade também é um martírio cotidiano”. Nestes tempos de liberação do aborto, da pílula do dia seguinte, da permissividade sexual, pedofilia, turismo sexual e tráfico de adolescentes, a beatificação de uma jovem de 12 anos, virgem e mártir, é um sinal dos tempos.
Na educação para o amor, não basta distribuir preservativos, nem ensinar fisiologia e anatomia sexual. Precisamos de valores, de famílias bem constituídas, de fé e oração, de respeito pela dignidade humana, de limites e sublimação do erotismo. Ser casto não é ser ingênuo, recalcado, bobo, infantil. Castidade é sabedoria, ética, maturidade, amor maior, grandeza interior. O mundo não evoluiu depois da revolução sexual, pelo contrário, o que aumentou foi a Aids, o alcoolismo, o consumo de drogas, a decadência familiar, a exploração de crianças.
Todos sabemos que a castidade é uma característica do Novo Testamento, uma novidade trazida por Jesus de Nazaré em contraposição ao mundo pagão. As civilizações decaem por muitos motivos, um entre eles, é a decadência familiar e sexual. Hoje existe a obrigatoriedade do orgasmo. Eis um novo tabu, uma nova repressão. Como é difícil o verdadeiro humanismo sexual. Não devemos ser nem anjos, nem bestas, mas pessoas em busca da humanização do sexo no amor, eis o que a beatificação de Albertina Berckenbrock assinala.
*Dom Orlando Brandes é arcebispo de Londrina (PR)
Artigo publicado na Folha de Londrina.
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