Rio de Janeiro (RV) – Após a festa no início da noite de ontem na Praia de Copacabana, com a cerimônia de acolhida da Jornada Mundial da Juventude, o entusiasmo de mais de um milhão de jovens e a emoção do Papa, nesta sexta-feira, dia de penitência, Francisco iniciou o seu dia com a celebração da Santa Missa no Sumaré, que contou com a participação de sacerdotes jesuítas. Deixando a residência do Sumaré, o Santo Padre se transferiu para a Quinta da Boa Vista, um magnífico jardim inicialmente propriedade da Companhia de Jesus, entre os séculos XVI e XVII. Após a expulsão dos jesuítas do Brasil, a área foi dividida e entregue a proprietários privados. Foi residência oficial da família imperial entre 1822 e 1889. Hoje é um parque municipal e abriga o Bioparque de Rio.
Para os milhares de peregrinos que se encontram no Rio para a JMJ, encontrar novos amigos, rezar com eles, rezar com o Papa não é suficiente. Eles precisam de um bom espaço para abrir o coração, para confessar os pecados e receber a penitência. Nos últimos dias, apesar a chuva a média de confissões na Quinta da Boa Vista, foi de 10 a 15 mil jovens por dia.
Desde terça-feira última, 23, até esta sexta, 26, a Quinta da Boa Vista é o cenário do Sacramento da Penitência. Também o Francisco foi até o local onde confessou 5 jovens de língua portuguesa, italiana e espanhola.
Os confessionários fabricados especialmente para a ocasião são de madeira, na cor branca, em um formato que lembra o Corcovado.
Depois das confissões novo encontro com os jovens e fiéis cariocas pelas ruas do Rio e os slogans “Esta é a juventude do Papa”. Francisco foi até o Palácio São Joaquim onde se encontrou, primeiramente com 8 jovens detentos, 6 rapazes e duas moças, depois a recitação da oração mariana do Angelus feita do balcão do Arcebispado do Rio, o Santo Padre fez uma homenagem aos avós de todo o Brasil e do mundo. O Papa encontrou ainda o Comitê Organizador da JMJ e alguns benfeitores. No salão redondo almoçou com 12 jovens de várias nacionalidades representando os continentes mais um casal de jovens brasileiros. No final do dia Via Sacra na orla de Copacabana.
Sobre o encontro do Papa com os detentos eis o que nos disse ontem Padre Jefferson Gonçalves da Pastoral Carcerária.
Todavia, a mudança radical do lugar da Vigília, neste sábado, e da Missa de envio, no domingo, do Campus Fidei para a Praia de Copacabana, já denominada pelos jovens, Praia Fidei, por causa da chuva, está fazendo com que a Organização da JMJ trabalhe ainda mais para responde às novas exigências apresentadas. O Vice-presidente do COL, e Bispo auxiliar do Rio, Dom Paulo Cezar, falando com a imprensa admitiu que a mudança na programação deixou o Papa triste. “É uma dor grande transferir o evento depois de todo o trabalho que ali foi feito”. Mas ao saber dos problemas, “o Papa apoiou a mudança”. Dom Paulo disse que ainda não foram contabilizados os gastos para preparar o Campus Fidei.
Já parte da estrutura instalada em Guaratiba, como postos médicos e banheiros químicos, já começou a ser transferida para Copacabana.
Para os jovens peregrinos que concluíram nesta manhã as catequeses em mais de 200 lugares do Rio, o olhar se concentra agora na Via Sacra, no final do dia, na Praia de Copacabana.
A Via Dolorosa de Jerusalém, como é conhecido o percurso feito por Jesus após ser condenado à morte na cruz, serviu de inspiração para os organizadores da Jornada Mundial da Juventude na realização da Via Sacra de hoje. Réplicas das 14 estações que recordam o sofrimento de Cristo servirão de cenário para a Via-Sacra na Avenida Atlântica, em Copacabana. O evento será um dos pontos altos da visita do Papa Francisco à cidade.
A ideia de reproduzir um pedaço da cidade velha de Jerusalém no Rio partiu do diretor artístico da JMJ, Ulysses Cruz. Ele disse que, como existem várias versões da via-sacra, optou pelo percurso usado nas procissões desde o século XIV. Ainda de acordo com Ulysses, o evento será inovador: não sendo igual a nenhum outro realizado em edições anteriores da jornada.
Do Rio de Janeiro, para a Rádio Vaticano, Silvonei José
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