quinta-feira, 16 de maio de 2013

GESTOS DE AMIZADE FAZEM CAIR BARREIRA ENTRE CRISTÃOS, DIZ PADRE



Santuário Senhora do Rosário
Padre Gabriele Cipriani é perito em ecumenismo e trabalha a cerca de 30 anos com o tema
Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, celebrada desde a segunda-feira, 13, evidencia dois aspectos do trabalho ecumênico, de um lado o que une as Igrejas e de outro o que as divide. Para que as divisões sejam superadas, a proposta é apostar em gestos de amizade, respeito e na fé comum que ambos professam.

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O membro do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC), padre Gabriele Cipriani, que a cerca de três décadas se dedica ao ecumenismo, explica que há uma base, pela qual, é possível afirmar que católicos e evangélicos são irmãos pela mesma fé: a fé batismal. "Que nos faz acreditar em Deus Pai que enviou seu Filho ao mundo, que se entregou por nós, ressuscitou e enviou o Espírito Santo. É o ato de fé de todos os batizados. E nos é dada a graça de sermos filhos de Deus, filhos adotivos, à todos que somos batizados, católicos e evangélicos”.

Porém, a incapacidade de um relacionamento amigável entre membros de Igrejas de denominações diferentes e diferenças nas questões teológicas, são barreiras apontadas pelo padre.

“A gente há de expressar com extrema clareza e de maneira fácil de ser compreendida pelos irmãos evangélicos, o que a Igreja Católica acredita sobre a Virgem Maria, sobre o serviço do Papa, sobre a Eucaristia, que são os pontos que tradicionalmente tem criado incompreensão. E os evangélicos também tem o direito de manifestar, mas sem agressividade, comunicando com clareza e respeito o que eles pensam sobre esses pontos”.

No ponto da divisão, o padre destaca algo fundamental, de um lado reconquistar um relacionamento fraterno e educado, sem ofensas recíprocas e de outro dialogar sobre as questões de fé, sobre as compreensões a respeito da doutrina.

Uma vez que católicos e evangélicos são irmãos pela mesma fé, o padre aponta vários meios para que eles cresçam no amor e no diálogo e defende que há uma série de atividades que podem ser feitas juntas, como rezar com a palavra de Deus e trabalhar para o bem da sociedade.

"Primeiro se deve valorizar o que nos une. Por exemplo, o costume de orar juntos. Deve-se ter o cuidado de não ferir a sensibilidade da outra pessoa. Podemos rezar juntos um salmo, o Pai Nosso. Mas não posso rezar a Ave Maria? Reze a Ave Maria em silêncio. Ninguém impede você de orar à mãe de Jesus porque você é católico e devoto, mas em público, se a outra pessoa não entende que essa é uma oração que deve ser feita, então não se faz. É um respeito à sensibilidade do outro".

O padre faz questão de destacar exemplos simples de caridade, que todo cristão pode fazer como gesto de unidade. “Uma senhora evangélica tem um bebê. O que custa a senhora católica fazer uma visita, levar flores, dar os parabéns? Não custa nada! Isso cria um sentimento de respeito recíproco de amizade e faz cair depois muitas barreiras do tipo estritamente doutrinal, porque cria o espaço para a gente dialogar.”

Para padre Gabriele todos devem rezar e agir. Ele sugere que se comece por pequenos gestos de amizade, respeito e fraternidade porque isso, faz cair as barreiras.

Luciane Marins
Canção Nova Notícias, com colaboração de André Alves

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