Declarações de Dom Pierre em um encontro com jovens universitários
León (ZENIT.org - El Observador) - No contexto de um encontro com estudantes de diferentes universidades de inspiração cristã, o núncio apostólico no México, Dom Christophe Pierre, acompanhado pelo arcebispo de León, Dom José Guadalupe Martín Rábago, afirmou que o Papa Bento XVI "está muito preocupado pela violência no México".
Antes disso, em um encontro com diretores e reitores de diversas universidades do centro do país, Dom Pierre havia advertido que um dos problemas mais graves do país - cuja população, segundo o censo de 2010, é majoritariamente católica (88%) - é ter "deixado Deus de lado".
Segundo o enviado do Papa Bento XVI ao México, segundo país com maior número de católicos no mundo, depois do Brasil, "os mexicanos, em sua maioria, continuam acreditando em Deus, mas pouco a pouco os valores vão desaparecendo".
Nesse mesmo sentido, Dom Pierre apontou que no México "existem muitas pessoas que se esquecem de Deus, essencial para a vida humana; se vivermos sem este anseio, haverá pessoas, como os jovens, que se perguntarão: ‘por que devo fazer o bem?', ‘por que não me mato?'."
Há especialmente este abandono de Deus e dos valores, que se vive entre os jovens, razão pela qual o representante do Papa no México defendeu a exclusão da ideologia do processo educacional e a volta de esquemas de educação que incluam os valores universais. A missão e os deveres da Igreja, disse Dom Pierre, estão ajudando a educar a população, "para que renove os caminhos e viva com esperança".
"O Santo Padre disse que o jovem de hoje vive em sociedade e deve receber ajuda para encontrar a sua humanidade; ele não vai crescer se ficar fechado em si mesmo; é preciso dar aos jovens a oportunidade de encontrar-se com Cristo, um Cristo que ama", disse Dom Pierre, acrescentando que "não pode haver uma educação parcial, isso seria terrível; a educação católica é uma educação integral, a realidade é total. Uma alma que não é educada para ser aberta ao mistério, ao mais além, não oferecerá ao jovem a possibilidade de encontrar alguém de bem".
Sobre o mesmo tema, o núncio apostólico de Sua Santidade no México pediu que se "saísse da ideologia" em matéria de educação e acrescentou: "Tenho medo de ver funcionários públicos que trabalham no Ministério da Educação, que propõem programas de educação (...) baseados em um plano que vem de fora, todos os programas de educação sexual".
No México, desde a Constituição de 1917, a educação (segundo o artigo terceiro) é - ou deveria ser - "leiga, gratuita e obrigatória". Isso foi tomado como sinônimo de educação antirreligiosa, ou seja, anticatólica. A Igreja não tem autorização para ter instituições de ensino, e são as ordens religiosas, sob a proteção de associações civis ou sociedades civis, que podem levá-las a cabo.
"Que tipo de pessoas temos? Que terrível! É precisamente no campo da educação de temos de penetrar e incidir como católicos, no âmbito público e privado, porque não há diferença. A visão católica da educação não consiste em atacar outra religião; nossa educação é uma motivação profunda", disse Dom Christophe Pierre, nesta reunião com os reitores e diretores das universidades e institutos de educação mexicanos.
Por fim, nesta reunião, bem como no encontro com os jovens, Dom Pierre recordou o ideal comunitário do cristianismo, como base e fundamento da civilização do amor. "Pensar que nós somos autônomos, que podemos seguir em frente sem nenhum problema é um erro, porque todos nós precisamos de Deus."
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