Três décadas após ter atirado no Papa João Paulo II, em 1981, na Praça São Pedro, no Vaticano, Memhmet Ali Agca, de 52 anos, deixou a prisão. Após ter sido extraditado da Itália, Agca estava na região de Ancara, capital da Turquia. A agência Zenit informou que o turco foi enviado a um escritório de recrutamento militar. Segundo o relatório do exame médico a qual ele foi submetido, comprovou-se sua inaptidão para servir à pátria por um “severo transtorno de personalidade social”.O ex-prisioneiro passará ainda algumas semanas de férias antes de falar com a imprensa, informou seu advogado. Agca também pretende viajar para a Cidade do Vaticano para prestar reverência ao túmulo do Papa João Paulo II e se reunir com o Papa Bento XVI. Agca se diz convertido ao Catolicismo após a visita e o perdão de João Paulo II, em 1983, enquanto estava em cárcere. Porém, representantes da Igreja Católica constatam que, mesmo após tanto tempo, o turco não pediu perdão publicamente por seus atos.Segundo o antigo secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados, o cardeal Achille Silvestrini, em entrevista ao jornal italiano, O Mensageiro, Agca pode ter pedido perdão em seu diálogo privado com João Paulo II, entretanto em “declarações sucessivas não expressou arrependimento”. Mas ressalta que “a figura de Ali Agca é contraditória”.Durante sua estada na prisão, Agca fez afirmações surpreendentes, como sendo o "messias esperado pelos cristãos, judeus e muçulmanos" e que ”todo o mundo será destruído neste século”.As motivações do ataque e a identidade daqueles que estariam por trás de Agca continuam sendo um mistério e suas explicações estão longe de ser convincentes.
Rádio Vaticano
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