O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu ao principal acusado de mandar matar a missionária Dorothy Stang, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, o direito a aguardar o novo julgamento em liberdade. O crime aconteceu em fevereiro de 2005 na cidade de Anapu, sudoeste do estado do Pará. Bida estava preso desde o dia 8, quando o mesmo STJ, revendo o caso, decidiu anular o primeiro julgamento, pois considerou as provas inválidas.O bispo prelado de Xingu (PA), dom Erwin Kräutler, se disse incrédulo com a decisão do STJ. “Estou totalmente incrédulo. Na verdade eu não acredito mais na justiça dos homens, só na justiça de Deus. E ainda mais, tenho que andar com segurança armado durante 24h por dia, graças a essas pessoas, pois o Bida é um e existem vários outros que estão envolvidos que, infelizmente, estão em liberdade”, desabafou.O bispo de Santarém (PA), dom Esmeraldo Barreto de Farias, também lamentou a decisão do Superior Tribunal. “É um fato lamentável e fico triste com a decisão da justiça, pois mostra mais uma vez que no Brasil se impera a impunidade. Em conseqüência, a justiça acaba ficando desacreditada por todos e passa uma imagem negativa a todo o mundo”. Comentando o caso, o bispo da diocese de Goiás (GO), dom Eugênio Rixen, lamentou e disse que “na mesma hora que a justiça manda prender, logo em seguida manda soltar. Sabemos que há duas ‘Justiças’ no Brasil: uma para os ricos e outra para os pobres. Quem tem dinheiro ou influência na justiça não fica na cadeia”.
CNBB
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